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HEYM – 150 anos de experiência, tradição e prestígio

by Pedro Vitorino

Ainda existem fabricantes que da coronha à boca do cano respondem por todos os elementos das armas que produzem; a HEYM é um deles. Na fábrica localizada nos arredores da pequena cidade Römhild, não muito longe do “centro” armeiro de Suhl, a HEYM continua a ter o controlo total da produção das suas espingardas e carabinas. A convite da VALBOM Sportcaça, novo distribuidor da HEYM para Portugal, visitamos este agradável local e ficamos a conhecer em detalhe as carabinas deste histórico e icónico fabricante alemão.

A maioria dos que leem este artigo poderá não reconhecer o nome HEYM, mesmo com 150 anos de história. A verdade é que as armas de alma estriada só há pouco mais de três décadas começaram a fazer parte (lentamente) do léxico do caçador português. Além de um vasto legado nas armas de caça e com lugar de destaque na história dos grandes armeiros germânicos, podemos atualmente ver as carabinas HEYM nas mãos dos maiores caçadores profissionais (PH) do continente Africano, que com elas defendem a vida dos seus clientes na caça aos “Cinco Grandes”. Nomes como Ivan Carter, Buzz Charlton ou Mark Haldane – todos eles PH’s de renome, carregam as suas carabinas express Heym nos grandes calibres africanos.

Tradição e rigor germânicos
As carabinas de canos basculantes fazem parte da tradição germânica, todos já vimos imagens do caçador com chapéu tirolês com a sua express ou monótiro com bandoleira, mas também foram os alemães que criaram as carabinas de ferrolho cuja base mecânica ainda hoje é utilizada; falámos, claro, da famosa ação Mauser 98. E continua a ser precisamente essa a base das carabinas de ferrolho tradicional HEYM; uma culatra com três largos trincos à cabeça que garantem a obturação da câmara e um mecanismo de segurança de três posições que atua diretamente ao percutor (e não ao mecanismo de gatilho).

Aqui faz-se o acabamento manual dos canos de uma carabina expresse de canos justapostos.

Todas as peças – mas todas mesmo – dos mecanismos e ação das carabinas HEYM são feitos em casa! De um lado entra os varões de aço, do outro saem as armas. No meio do processo estão as mais modernas máquinas de CNC (maquinação com controlo numérico) e os mais experientes artesãos armeiros que com paciência, atenção e rigor controlam cada arma que sai da fábrica.

Os canos
Tivemos oportunidade de acompanhar as diferentes fases do processo de fabrico de um cano; desde o varão de aço (dos melhores fabricantes alemães) que entra na fábrica, até ao cano antes da oxidação, mas já com as estrias e comprimento final completos. De um varão sólido de aço, de curta dimensão e diâmetro considerável, vamos chegar ao cano com comprimento final – mais longo – sem que seja extraída uma “apara” do bloco original.

É a partir deste varão de aço que começa o fabrico de um cano.

O processo inicia-se na máquina de martelagem a frio, onde um cunho alinhado (ao centro) vai por percussão (de muitas toneladas) “bater” no varão e assim abrir a alma do cano e, simultaneamente, alongando o material, que sairá desta máquina já com um comprimento muito semelhante à que terá como cano da arma a que se destina.

O passo seguinte será abrir as estrias no orifício aberto no varão, que da mesma forma, será feito sem extrair material e igualmente por martelagem a frio, com um “calibre” que dará as estrias à alma, sendo o processo finalizado com a formação da câmara.

Todo o processo é feito a frio e sem ferramentas que façam alterar a temperatura, mantendo o aço a sua estrutura molecular inalterada. Sabemos como isso é importante para que um cano quando sujeito a elevada cadência de tiro mantenha a sua precisão de tiro.

Os “tubos” depois de passarem a primeira fase do processo de martelagem a frio.

Elementos mecânicos
São raros os elementos em material sintético que podemos encontrar numa HEYM (apenas partes do carregador em alguns modelos), o aço é o material desta casa – e a madeira, claro! Todos os componentes são produzidos em casa, com recurso a máquinas CNC de última geração, para assim garantir o rigor nas tolerâncias e também a qualidade dos elementos mecânicos que fazem parte de cada carabina, seja a mais “simples” SR21 ou a mais requintada express em calibre .600 Nitro Express!
Aqui não há peças de fundição. Todos os elementos mecânicos nascem de blocos de aço que são maquinados.

Mestres artesãos
É nas mãos de verdadeiros mestres armeiros artesãos que o fabrico de uma HEYM termina. Cada arma é montada e inspecionada por um destes mestres, não encontramos nesta fábrica “estações de montagem”, onde as peças são montadas por blocos, passando à estação seguinte. Na HEYM a montagem de cada arma é da inteira responsabilidade de uma pessoa. Claro que isso só é possível na produção em pequena escala, mas é isso mesmo que encontramos na HEYM, um fabricante que continua a apostar no prestígio da mais tradição armeira germânica.

Aqui faz-se o acabamento manual dos canos de uma carabina expresse de canos justapostos.

Dois modelos: SR21 e SR30
São estes dois modelos de carabina que a VALBOM Sportcaça irá trazer para o nosso mercado. Paulo Valbom destaca a SR21 como “um modelo que agradará ao caçador que pratica essencialmente esperas noturnas e caça de aproximação”. Quando à SR30, de culatra de ação retilínea “vamos ter uma arma com um mecanismo de culatra rápido e de fiabilidade comprovada, numa carabina de construção clássica, onde o aço e madeiras de qualidade farão a diferença”. Brevemente daremos a conhecer mais em detalhe estas carabinas, que estarão disponíveis previsivelmente a partir de meado de novembro, com preços muito atrativos!

Distribuidor: VALBOM Sportcaça. Tel.: 278 265 599.
www.valbomsport.com

Uma culatra tradicional com sistema de segurança de 3 posições a atuar no percutor.
A SR30, de culatra retilínea, também está disponível em versão esquerda.

Fotos: Björn Hörnlein e autor

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