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Caça de aproximação: O mais importante – bala ou calibre?

by Redação

O mais frequente é discutirmos sobre os calibres, as vantagens de uns sobre outros. Inclusive o tipo de carabina, neste caso, para a caça pelo processo de aproximação. No entanto, poucas vezes valorizamos o tipo de projétil, um “detalhe” que pode fazer toda a diferença na caçada em que tanto investimos.

TEXTO: J. M. A.

O que chega ao corpo do animal caçado, neste caso o veado, é unicamente a bala, o projétil montado na munição que disparamos. A escolha adequada da bala para a espécie que pretendemos caçar e a forma como o vamos fazer será determinante para o nosso êxito. O veado é um animal de médio/ grande porte, mesmo sem ter uma pele tão dura como a de um velho navalheiro, tem grandes ossos e uma resistência que não deve ser descurada.

EXPANSÃO OU PENETRAÇÃO

Não se pode ter tudo; quando temos um projétil muito expansivo, e que causa um amplo canal de ferimento ao impacto, tem necessariamente menor penetração. Pelo contrário, os projéteis que retêm maior percentagem da sua massa inicial, penetram mais. Para o veado devemos procurar um projétil que expanda rapidamente, causando o maior dano possível, contudo, também será importante ter adequada penetração, pois no caso de um tiro menos bem colocado será importante que a bala continue o seu percurso de destruição de ossos, musculo e órgãos, para assim garantir um maior efeito letal e, em casos mais complicados, que nos dê rasto de sangue suficiente para perseguir o animal ferido. Neste último caso, consegue-se o maior efeito quando a bala sai do corpo do animal.

EXPANSÃO CONTROLADA

A chave será uma boa bala de expansão controlada e, felizmente, nos últimos anos surgiram no mercado muitas e excelentes opções com este tipo de projéteis que garantem uma rápida expansão ao impacto, mas que retêm uma boa parte da massa inicial, assegurando assim elevada penetração.

Balística externa

Quando se fala de caça de aproximação sempre se toma em consideração a balística externa dos projéteis, ou seja, o comportamento na sua trajetória desde o momento que sai da boca do cano até alcançar o alvo. Essencialmente, procura-se uma bala que tenha a menor queda possível na sua trajetória. O perfil do projétil, o seu coeficiente balístico, será determinante para avaliar essa performance. Mesmo na caça pelo processo de aproximação nos nossos territórios os disparos raramente ultrapassam os 300 metros, podemos inclusive considerar que a maioria se efetivará entre os 150 e 250 metros. Na verdade, considerando um calibre popular como o .30-06 – perfeitamente apto para caçar de aproximação – a diferença da queda entre um projétil clássico de montaria (“soft-point” de ponta romba), com um coeficiente balístico mais baixo, e um outro projétil de tipo “spitzer” (de ponta plástica “afiada”) e coeficiente balístico mais elevado, ambos com a mesma massa, pode resumir-se a um par de centímetros até aos 250 metros de distância. Muitas vezes, como se vê na imagem, os efeitos terminais de balas muito diferentes podem não ser assim tão distintos.

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