Praticamente não há quem duvide da eficácia de um ponto-vermelho AIMPOINT para uso em montarias e batidas de caça maior. No entanto esta não é a única vertente de utilização deste tipo de equipamento, pois a marca sueca também conta com aparelhos de ponto-vermelho para montar em espingardas de tiro a chumbo. Foi precisamente esse aparelho, o Acro S-2, o tema principal da ação de formação organizada pela BRG, Lda. e que trouxe até nós, vinda da Suécia, a equipa de eventos “training” da AIMPOINT.
Foi há cerca de 50 anos que a AIMPOINT lançou no mercado o primeiro aparelho de pontaria de ponto-vermelho. Em 1974 o inventor sueco Arne Ekstrand construiu o primeiro protótipo que tinha a particularidade de eliminar o erro de paralaxe e assim permitia ver o ponto-vermelho como o real ponto de impacto de um disparo, independentemente da nossa posição de observação. Mas foi um outro sueco, o empresário Gunnar Sandberg, que apostou na invenção e criou condições para a patente deste inovador aparelho e para a sua produção em série. E assim, um ano depois nasce a AIMPOINT e surge no mercado o primeiro ponto-vermelho de sempre.
Da carabina…
Na verdade, a aceitação do ponto-vermelho como aparelho de pontaria para a caça não foi imediata. Alguns caçadores rapidamente confirmaram as vantagens de utilização deste tipo de equipamento nos disparos a curta e média distância e que obrigavam a um encare rápido, mas só passados uns anos o ponto-vermelho se tornou mais popular. Uma grande ajuda para a popularidade da AIMPOINT resultou de uma foto jornalística ocasional que mostrava o corpo de segurança do General Schwarzkopf, comandante das tropas norte-americanos na Primeira Guerra do Golfo – na década de 1990 – e uma das personalidades mais perseguidas pelos terroristas nesse período. Os seguranças do General adquiriram os AIMPOINT das suas espingardas de assalto numa loja de caça, pois à data a AIMPOINT não tinha qualquer departamento militar nos E.U.A. Essa imagem deu uma enorme popularidade à marca sueca e fruto de um trabalho persistente e da grande qualidade dos seus equipamentos óticos de ponto-vermelho, a AIMPOINT foi conquistando adeptos entre o coletivo de caçadores.
Atualmente é muito comum ver um ponto-vermelho montado numa carabina de caça maior, sendo inclusive o equipamento mais popular na Europa para a caça maior em batida, principalmente em áreas de vegetação densa onde predominam os disparos a curta e média distância.
…para a espingarda
Da mesma forma o aparelho de ponto-vermelho para espingarda vai ganhando adeptos. Como nos foi explicado pelos formadores da AIMPOINT, o ponto-vermelho para espingarda não será necessidade premente para a maioria dos caçadores experientes. Contudo, poderá dar vantagens a muitos dos novos caçadores e em determinadas condições de utilização. Pois é isso mesmo que vamos ver.
Evolução
O ponto-vermelho Acro – na sua primeira versão – foi desenvolvido para ser utilizado em pistolas de grosso calibre, montado na corrediça das mesmas. Para isso cumpriu vários testes de resistência, além dos habituais testes de choques, impactos e diferenças de temperatura comuns a todos os aparelhos de ponto-vermelho AIMPOINT, sendo o mais notável os 20.000 disparos contínuos em calibre .40 S&W.
Por ser um aparelho muito compacto – e por ter suportado todos os testes com sucesso – rapidamente o Acro começou a ser a escolha de outros utilizadores, como os caçadores, principalmente os batedores que se fazem acompanhar de arma, como acontece nos países nórdicos, e que procuram o ponto-vermelho mais compacto e resistente no mercado. A única resposta possível por parte da AIMPOINT seria lançar o ponto-vermelho em novas versões, primeiro para ser montado em carabinas (semiautomáticas, de ferrolho e express) e, mais recentemente, para montar em espingardas com utilização de tiro a chumbo.
Acro, a nova geração
O Acro é um aparelho de sistema fechado, muito compacto e que representa a nova geração de pontos-vermelhos da AIMPOINT. Com apenas 60 gramas de peso e uma estrutura em liga de alumínio de alta resistência, o Acro é 30% mais pequeno e 50% mais leve do que os aparelhos de ponto-vermelho da série Micro, mantendo a capacidade de 50.000 horas de funcionamento com uma única comum bateria CR2032, cuja substituição pode ser feita sem necessidade de desmontar o aparelho graças ao acesso lateral ao compartimento.
Formação; 3 passos chave
A formação dada pelos elementos da equipa “training” da AIMPOINT incidiu em três passos chave:
– Primeiro a forma de utilizar corretamente um ponto-vermelho;
– De seguida a montagem do Acro S-2 em espingardas;
– E por fim, as vantagens de utilização deste tipo de equipamento.
Depois de uma parte teórica, onde os participantes ficaram a conhecer os ponto-vermelho AIMPOINT de “A” a “Z”, todos foram encaminhados para a prática onde tiveram oportunidade de testar os Acro S-2 e colocar em prática os conhecimentos adquiridos.
Este tipo de formação, essencialmente direcionada aos armeiros, é bastante importante, pois permite não só informar melhor o potencial cliente como também aconselhar a solução de equipamento mais adequada a cada situação específica.
Quem sabe utilizar um ponto-vermelho?
Simples; basta pôr a arma à cara e olhar pelo aparelho, procurar o ponto-vermelho e colocá-lo sobre o alvo. Certo? ERRADO!
Erik Ås é o instrutor de tiro da AIMPOINT e explicou a todos a forma correta de utilizar um ponto-vermelho AIMPOINT, que passa precisamente por NÃO PROCURAR O PONTO.
O nosso foco deve ser o alvo; é no alvo que devemos colocar a nossa vista. Depois, ao levarmos a arma à cara o ponto-vermelho deve ficar alinhado com a nossa vista e assim veremos o ponto no alvo. Por isso é muito importante conseguir uma montagem do equipamento que permita com um encare natural visualizar o ponto-vermelho.
Por não ter erro de paralaxe, não é importante “centrar” o ponto-vermelho na lente objetiva, tanto faz onde o visualizamos. Aliás, o ideal será abstrairmo-nos do aparelho em si e simplesmente deixar o ponto-vermelho “aparecer” no nosso alinhamento com o alvo. Seja para um ponto-vermelho montado na carabina ou, como no caso do Acro S-2, em espingarda.
Onde montar o Acro S-2
A montagem do AIMPOINT Acro S-2 é muito simples, basta a espingarda ter fita ventilada e este ponto-vermelho está preparado a ser montado na maioria das armas que encontramos à venda. Uma operação que se faz em poucos minutos.
A dúvida surge em onde montar; mais perto da boca do cano, ou numa posição mais próxima da báscula?
O Acro S-2 pode ser montado em qualquer lugar da fita. O conselho dos técnicos da AIMPOINT é que podemos começar com o aparelho montado numa posição mais adiantada, de modo que o utilizador não tenha a “tentação” de procurar o ponto-vermelho. Como já referimos, o foco deve estar no alvo (peça de caça, ou prato, neste caso) e o ponto-vermelho irá surgir naturalmente no campo de visão.
A quem se destina o Acro S-2
Para quem é caçador ou pratica tiro aos pratos há vários anos, a adaptação a um ponto-vermelho montado nos canos da espingarda não será fácil e a grande maioria nem precisará deste tipo de equipamento. Contudo, o Acro S-2 pode tornar-se numa grande ajuda para os novos caçadores e particularmente aos que – independentemente da sua experiência – têm o olho diretor “cruzado”, contrário ao lado de encare da arma. O uso deste aparelho de ponto-vermelho eliminará essa desvantagem, pois o que conta para o processo de aquisição do alvo será a visualização do ponto.
AIMPOINT Acro S-2 | |
Vantagens | – Olho diretor “cruzado” – o olho fraco torna-se dominante – Dá referência da aquisição do alvo, impacto e desconto de tiro – ajuda importante ao instrutor de tiro no ensino do desconto de tiro – Ajuda a efetuar um encare correto – se a espingarda não “montar” bem no ombro e cara, será difícil ver o ponto-vermelho |
Contras | – Se não for usado corretamente, poderá diminuir a velocidade de tiro |
AIMPOINT Acro S-2
Ponto-vermelho: 9 MOA
Níveis de intensidade: 10
Autonomia (bateria) : 50.000 horas
Peso: 68 g
Inclui todos os acessórios para montagem
PVP: 915,00 euros
BRG, Lda. Tel.: 210 115 740.
brgpt.com