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A brama: Porta de entrada para as aproximações

by Redação

O período do cio do veado proporciona um dos mais espetaculares eventos que as espécies de caça maior nos podem proporcionar; a brama. A exuberância do bramir dos machos, as lutas e as movimentações dos grupos de fêmeas permite-nos desfrutar de momentos de caça únicos, principalmente se o fizermos pelo processo de aproximação.

Felizmente o veado é hoje uma realidade em várias zonas de caça do nosso território continental, além das emblemáticas zonas de caça nacionais e das turísticas, onde a espécie é caçada há mais tempo, temos as mais acessíveis zonas de caça municipais que permitem iniciar neste tipo de caça e ainda várias associativas que possibilitam aos seus sócios também dar os primeiros passos nas aproximações.

DESPOLETAR DA BRAMA

O clico da brama baseia-se principalmente no fotoperíodo (horas de luz), que ao diminuir depois do solstício de verão faz despoletar o período de cio da espécie, que poderá ocorrer a partir de finais de agosto. A entrada em cio das fêmeas, que pode durar 20 dias, provoca os primeiros sinais de bramidos dos machos. O problema é que existem vários fatores que poderão adiantar ou atrasar a entrada das fêmeas em cio, um deles será a condição física dos animais que dependerá muito da disponibilidade de alimento. A primavera chuvosa poderá ser um excelente indicador de uma boa época de brama, com cervas bem alimentadas a probabilidade de entrarem mais exemplares em cio simultâneo incrementará a atividade dos machos. Outro aspeto importante relacionado com a disponibilidade alimentar (e qualidade) é a sua contribuição para o melhor desenvolvimento dos troféus dos veados. Tendo em conta o facto de termos tido um final de primavera e início de verão com períodos de chuva frequentes, tudo indica que poderemos ter uma boa época de brama.

PRIMEIROS PASSOS

A caça pelo processo de aproximação nunca contou com um grande número de praticantes no nosso país, até porque a escassez de cervídeos foi uma realidade durante muitos anos. Quando começou a ser autorizada a caça ao veado nas várias tipologias de zonas de caça no terreno ordenado, foi natural que se direcionasse o aproveitamento cinegético da espécie para a montaria, processo mais popular e que permite uma “entrada” mais fácil – e com maior sucesso – a qualquer praticante. Depois, pela necessidade de efetuar a gestão da espécie em relação ao seu número de efetivos, deu-se início à caça pelo processo de espera. Efetivamente, ainda hoje são poucos os que caçam verdadeiramente de aproximação, processo que não deve ser confundido com uma “espécie” de caça de salto, onde se procura animais que levantam dos encames à passagem do caçador na sua proximidade. Na caça de aproximação devemos focar-nos em encontrar os animais sem os perturbar, discretamente, observando os seus hábitos e rotinas. Encontrado o exemplar selecionado (esta é uma caça seletiva, seja direcionada para o troféu ou não), deve então o caçador realizar a aproximação, ou seja, procurar uma distância confortável de tiro que permita cobrar limpamente o animal. Será com este objetivo que nas próximas páginas daremos alguns conselhos de equipamento para a caça de aproximação na brama. Naturalmente, “quem não tem cão, caça como gato”, contudo, com uma escolha adequada dos equipamentos poderemos desfrutar mais da caça de aproximação na brama.

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